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SOBRE O TÉDIO… (parte 2)

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Neste artigo, apontaremos o que o tédio nos possibilita construir além dos estados de insatisfação e vazio.

Alguns de vocês devem ter lido o artigo SOBRE O TÉDIO… (parte 1), em que fechamos o texto com a pergunta: “Há outras possibilidades que nos são apresentadas com a experiência do tédio?”
Antes de desenvolvermos essa pergunta, sugerimos ao leitor assistir o curta-metragem “Routine” (2017), escrito e dirigido por Valeria Dakhovich Molchanova, e produzido pelo Instituto de Artes da University of Opole (POL). Em que um homem está preso a uma rotina diária onde cada dia é muito parecido com o anterior. Não há satisfação por muito tempo em sua vida por causa de dias, semanas, meses e até anos de rotina. Um dia, sua vida normal assume uma forma visível. A rotina é como um monstro que cresce diariamente, crescendo rapidamente com todos os dias de sua vida. O monstro sempre esteve ao lado de um homem cansado e não o deixou por um momento. Assim, como começa a controlar a vida do homem:

Inicialmente, podemos nos encontrar diante da incapacidade de responder à pergunta: “Há outras possibilidades que nos são apresentadas com a experiência do tédio?”.
O tédio além de ser um estado transitório, é uma experiência que pode ser ressignificada e potencialmente possibilitar a construção de uma vida de sentido, propósito, amadurecimento e transformação. Já que o tédio não se caracteriza somente pela falta de atenção dedicada à vida. Mas, também, possibilita um tempo para avaliarmos nosso modo de vida. Nos possibilitando tomar consciência do que é significativo em nossas vidas, e nos tornar construtores ativos de nosso próprio bem-estar.
Para iniciarmos a avaliação do nosso modo de vida é necessário que possamos parar e ver o que estamos experimentando com o tédio (sensações, sentimentos, pensamentos etc.). Pois através dessa atitude receptiva e sem julgar o que estamos experimentando, podemos trazer a experiência do tédio à nossa consciência. Em vez de ficarmos presos às emoções e ruminações que nos mantém presos ao tédio.
A partir daí, passamos a ver quais são as condições que estão nos levando ao tédio. Já que o conhecimento dessas condições tem potencialmente o poder de ativar a consciência para uma avaliação da nossa capacidade de responder ao sentido que damos à experiência do tédio.
Após avaliarmos as condições que estão nos levando ao tédio, passamos a ver quais são nossos recursos para melhor lidar com os estados de insatisfação e vazio desencadeados pelo tédio. Pois, tendemos a ter certos comportamentos que realizamos de forma mais ou menos automática, quase sem pensar. Com pouca consciência do que experimentamos e das condições que desencadearam essa experiência. E, com isso, passarmos a experimentar certo alívio ou até mesmo a sensação de satisfação.
Até nosso próximo contato, quando abordaremos estratégias de autorregulação para experimentarmos o tédio de forma consciente. E possibilitem a abertura de recursos para lidar com as experiências insatisfatórias, monótonas, aparentemente insignificantes ou mesmo insignificantes.

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